Quem se depara com as recentes manifestações da Administração Superior da DPE-BA, no tocante ao projeto remuneratório, pode mesmo imaginar, em um fugaz momento de euforia, que a melhoria salarial a ser em breve experimentada pela classe deve ser creditada, ainda que somente em parte, a outrem que não à própria classe e aos movimentos deflagrados pela mesma no decorrer do extinto ano de 2008.
Ora, quem não se recorda dos meses de angústia que passamos no aguardo de algum posicionamento concreto acerca desse projeto ou do já vetusto projeto de subteto (que era a meta central da atual gestão, propalada desde o início, inclusive através do “Direto do Gabinete”), que ficou esquecido em alguma gaveta do Executivo?
Quem haverá de se esquecer do período, longo, vale ressaltar, em que a pouca informação que circulava a respeito provinha dos bastidores, repleta de ruídos de comunicação, transmudando-se, por vezes, em boatos absolutamente infundados?
Dizia-se, por vezes, que a estratégia era a classe não fazer barulho, pois a Administração vinha trabalhando nos bastidores do poder, junto ao Executivo, para a aprovação do projeto...
Mas os meses se passaram, a Semana do Defensor se foi, e a classe, por óbvio, foi ficando cada vez mais descontente, impaciente, perdida em meio à fumaça que se formou em torno da verdade ou das verdades sobre o projeto.
E essa situação somente começou a ser esclarecida, tomando os acontecimentos algum rumo mais claro, depois que a classe se agitou, se uniu e passou a cobrar explicações e posicionamentos de quem de direito.
E, desde então, após paralisações, assembléias, expectativas, lutas e novos períodos de espera (e sempre com informações imprecisas e genéricas por parte da Administração), a névoa foi se dissipando, desaguando-se, enfim, neste derradeiro momento de aguardo da votação do projeto pela Assembléia Legislativa, projeto esse, vale sempre ressaltar, DE AUTORIA DO GOVERNO e que classe, por óbvio, depois de tanta espera, depois de tantas desilusões, depois da agonia de meses de informações genéricas, imprecisas, se viu impelida a aprovar para que a situação financeira do profissional Defensor Público tivesse, finalmente, alguma melhoria, ainda que o caminho para uma Defensoria forte, autônoma e respeitada, esteja sendo trilhado apenas em seus primeiros passos.
Insisto que reflitam nisto, nestas considerações absolutamente verdadeiras, que venho compartilhar com os meus colegas, neste início de semana importantíssimo, em que, ao que tudo indica, o projeto será, enfim, aprovado, fruto, na sua maior parte, do suor da classe e de sua mobilização, e que, do contrário, não teria sido colhido jamais.
Boa semana a todos e, novamente, obrigado pelas mensagens, telefonemas e manifestações pessoais de apoio à nossa candidatura, uma candidatura da classe, sem privilegiados, verdadeiramente COMBATIVA e de ATITUDE.